Em parceria com a CNI e a ABRACE, a FIGENER elaborou em 2012 um documento com os conceitos de uma metodologia de medição e verificação (M&V) com o intuito de identificar, de forma clara, a redução do consumo de energéticos (eletricidade e combustíveis) e a respectiva redução de emissão de gases de efeito estufa resultantes de projetos de eficiência energética industriais.
A metodologia pode ser encontrada no site da CNI:
Os conceitos definidos deverão nortear o processo de M&V para ações de eficiência energética aplicadas aos seguintes equipamentos:
- Conjuntos de tração (motores elétricos, acoplamentos e inversores de frequência)
- Bombas hidráulicas
- Caldeiras
- Fornos à combustão
- Secadores
- Eletrólise.
Eles partem das diretrizes do IPMVP (International Performance Measurement and Verification Protocol) e enfocam um nível técnico complementar. A economia referente a uma ação de eficiência energética será calculada com base no método do “Uso Evitado de Energia”, definido no item 4.6.1 do IPMVP. O consumo evitado é a diferença entre a energia teórica que o equipamento iria consumir caso não houvesse a ação de eficiência e a energia efetivamente consumida após a implantação da medida. Enquanto a segunda pode ser facilmente obtida por meio das medições e do registro de consumos de energéticos, a primeira deve ser calculada
da seguinte forma:
- Medem-se e registram-se os consumos energéticos (eletricidade e combustíveis) e a produção em um período préexecução da medida de eficiência energética, definido como período de referência
- Constrói-se a curva e obtém-se a equação de consumo médio (ou consumo específico médio) em função da produção do equipamento (da carga). Quando o equipamento tiver consumos térmico e elétrico, deve-se construir uma equação para cada um deles
- Medem-se e registram-se as produções do período pós-execução
- Substituindo-se as produções do período pós-execução nas equações do período pré execução (referência), obtém-se a energia que o equipamento iria consumir caso não houvesse a ação de eficiência.
A metodologia leva ainda em conta outros fatores que podem interferir diretamente no consumo específico e que não estão associados à característica do equipamento, como variações na composição e umidade da matéria-prima, variações na composição dos produtos finais, etc. Para evitar que alterações nessas variáveis afetem o cálculo de economia, a metodologia prevê que as comparações entre os consumos pré e pós-execução sejam realizadas sempre na mesma base, ou seja, devem-se comparar momentos onde essas variáveis são iguais. Para que isso possa ser feito, elas também deverão ser medidas e registradas.
A partir das economias de energéticos, é calculado o impacto nas emissões de gases de efeito estufa utilizando-se de fatores já conhecidos, obtidos por meio do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change).