No ambiente industrial, o desempenho dos sistemas de utilidades impacta diretamente a produtividade, a eficiência e a segurança operacional. Sendo assim, contar com ferramentas de engenharia precisas e adaptadas à realidade nacional torna-se um diferencial estratégico para a resolução de problemas.
Foi a partir dessa necessidade que surgiu o software de simulação de redes de tubulação FNESS, desenvolvido pela Figener, referência nacional em engenharia e consultoria técnica. A ferramenta nasceu da prática e da carência de soluções no mercado para modelar redes de água de resfriamento cada vez mais complexas em ambientes industriais.
Origem e desenvolvimento
A concepção do FNESS teve início entre 1996 e 1997, quando os engenheiros da Figener enfrentavam dificuldades para simular redes de utilidades com as ferramentas disponíveis à época.
“Na época, só tínhamos à disposição planilhas eletrônicas muito rudimentares, precursoras do Excel, que não davam conta da complexidade dos sistemas que analisávamos”, relata José Hélio, engenheiro da Figener e idealizador do FNESS.
José Hélio – Foto: taket filmes/banco de imagens figener
Naquele momento, o mercado carecia de soluções voltadas a redes de escoamento multiponto — comuns em plantas petroquímicas. O desenvolvimento do software se concretizou no ano 2000, durante uma análise detalhada da rede de água de resfriamento da antiga Copseul (hoje Braskem Q2). Foi nessa ocasião que a interface gráfica do FNESS, a mesma ainda em uso hoje, foi finalizada, marcando a consolidação de uma ferramenta pioneira.
O diferencial FNESS e sua complexidade
Diferentemente da maioria dos softwares de cálculo hidráulico, projetados para redes simples e lineares, o FNESS foi idealizado para lidar com topologias complexas e de grande escala. Ele é capaz de simular o comportamento hidráulico de redes que atendem centenas de trocadores de calor com múltiplos pontos de entrada, nós de distribuição e demandas variáveis.
Essa capacidade permite análises robustas e visualmente compreensíveis de sistemas industriais que alimentam 200 ou mais trocadores de calor, algo que poucos softwares conseguem oferecer com a mesma precisão e flexibilidade.
E, embora os softwares internacionais mais caros ofereçam recursos avançados para outras aplicações, nenhum deles foi concebido pensando nas necessidades específicas da indústria brasileira — o que torna o FNESS competitivo e adaptável à realidade nacional.
Software FNESS – Foto: banco de imagens figener
Aplicações práticas e resultados industriais
O FNESS tem sido muito importante para análises técnicas decisivas em plantas industriais, especialmente no setor petroquímico. Em diversas ocasiões, a ferramenta permitiu identificar falhas no resfriamento de trocadores de calor e gargalos que limitam a produção, contribuindo diretamente para intervenções eficazes e planejadas.
A precisão das simulações geradas pelo FNESS permitiu diagnósticos e intervenções assertivas, redução de perdas e otimização da operação. Isso significa que, a ferramenta de cálculo, virou um instrumento estratégico de tomada de decisão nas engenharias de processo.
Entre as evoluções do software, destaca-se a criação de um módulo complementar para análise de escoamento bifásico em redes de condensado e de vapor. Essa funcionalidade foi essencial para mapear pontos críticos de erosão em tubulações, subsidiando ações preventivas de manutenção e aumentando a confiabilidade operacional.
Inovação contínua: novas funcionalidades a caminho
O desenvolvimento do FNESS segue em ritmo contínuo. O próximo marco será a incorporação de um módulo para cálculo de balanço de espécies químicas em redes de gases, um avanço importante para análises em indústrias químicas e petroquímicas. Além disso, simulações transientes também estão a caminho.
Essas inovações reafirmam o compromisso da Figener com a excelência na entrega de valor para equipes de engenharia que demandam soluções além do convencional. Afinal, contar com ferramentas especializadas como o FNESS é mais do que necessário: é estratégico.